domingo, 5 de dezembro de 2010

Baba Homicida - Múcio Teixeira

Baba Homicida era uma poesia do meu bisavô e na época do "Nocivo à Sociedade" virou música e seria o nome do nosso primeiro "disco" que não saiu.  Não conheci o Múcio, mas temos tudo a ver!
Já faz muito tempo, estou sem saco para pegar o livro, então vai como me lembro:

Baba Homicida
Múcio Teixeira

De pé a tiritar numa rocha varrida
Por um vento de peste a blasfemar potente,
Eu desafio a sorte, essa sorte inclemente,
Que tudo me roubou que há de melhor na vida

Tenho dentro do peito uma fera escondida
Chamada coração famélico e fremente,
Morde-me dia e noite a infiltrar lentamente
No tecido venoso sua baba homicida.

Zombo do poder dos misteriosos seres
Que vivem a roubar todos os meus prazeres
Sacudindo-me assim como um farrapo ao vento.

Minh’alma é porta aberta aos vícios e protege-os
Um desejo fatal de fazer sacrilégios!

Múcio Teixeira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Múcio Scevola Lopes Teixeira (Porto Alegre, 13 de setembro de 1857Rio de Janeiro, 8 de agosto de 1926) foi um escritor, jornalista, diplomata e poeta brasileiro.
Filho de Manuel Lopes Teixeira e Maria José Sampaio Teixeira. Foi aluno do Colégio Gomes, em Porto Alegre e um dos fundadores da Sociedade Pártenon Literário.
Era cônsul do Brasil na Venezuela em 1889, quando da Proclamação da República.
Em 1896 mudou-se para a Bahia, onde tornou-se amigo da família de Castro Alves. Maçom, em 1898 fundou a Grande Oriente do Rio Grande do Sul, junto com Luís Afonso de Azambuja e João Pereira Maciel Sobrinho, separando a maçonaria rio-grandense da maçonaria do Rio de Janeiro.
Em 1899 passou a residir no Rio de Janeiro com a esposa e seus seis filhos (entre eles, Múcio Teixeira Júnior que, em 1913, foi morar em Campo Grande, onde foi proprietário do Ateneu Rui Barbosa, tradicional colégio da época).
Em 1901 teceu severas críticas, no Jornal do Brasil, às recém lançadas Poesias Completas de Machado de Assis.
Ao saber da morte de Vitor Hugo, organizou uma obra em sua homenagem, a Hugonianas, coleção de alguns de seus poemas traduzidos para a língua portuguesa.
Nos seus últimos anos, dedicando-se ao ocultismo, escreveu sob o pseudônimo Barão Ergonte. É patrono de uma das cadeiras da Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Foi um dos autores mais prolíficos de seu tempo, escrevendo mais de setenta obras, entre ensaios, romances, dramas e biografias.

2 comentários:

Unknown disse...

Ola Ruth,
Que bom achar essa página.
Hoje estava a carimpar na Net e me deparei com a foto do Mucio Teixeira (Barão de Ergonte) Selecionei seu blog em minha pesquisa. Como você também não conheci o poeta Múcio Teixeira, mas tive a sorte de nascer como filho da empregada do Mucio Teixeira Junior, e graças ao imenso coração deste, hoje não sou um grande jardimeiro, nem um famoso engraxate, nem um prestimoso faxineiro. Digamos que consegui alguns cursos superiores e hoje sou um mediano coletor de impostos. Do vovô Múcio (Jr) aprendi o amor a matemática, aos contos de Malba Tahan (amigo pessoal dele), toda a base do que sei de meu hobby preferido, a marcenaria. E o mais importante, passar adiante. Nunca conseguirei pagar todos os favores que obtive da familia Teixeira e também dos Pereira, nem vou tentar. Mas procurei passar adiante aquilo que recebi. Sem dar satisfação a eles. Simplesmente ajudando as pessoas que apareciam ao acaso, filhos de empregados, parentes de funcionarios, conhecidos de vizinhos... todos em situações tão precarias quanto as de minhas origens.
A lição é mais ou menos como essa estória:
Um nordestino não conhecia o frio da fronteira, quando conseguiu um trabalho e veio no pau-de-arara com a família, teve que durmir com os filhos as primeiras noites sobre os sacos das sementes que teria que plantar para suportar ao tempo. Patrão, apiedado da situação (e também para que não fizessem xixi e suassem sobre as sementes já secas para o plantio) deu-lhes cobertores para que pudessem dormir sobre as camas de pau-a-pique. No ano seguinte o nordestino, após a colheita, comprou cobertores novos e os levou ao antigo patrão. A resposta, diferentemente do meu estilo, foi curta e grossa:
_Se te dei cobertores fora para que fizesses o melhor proveito deles. Hoje para mim de nada servem. Não pensastes que poderias fazer o mesmo e achar outras criaturas que pudesse melhor aproveitassem essas peças? Do que fiz, nada colhestes?
PS. Ainda estou aprendendo a repassar.
forte abraço
Carlos Renato de Souza,
neto afetivo (ou seria agregado) do Mucio Teixeira Jr.

A Ruth disse...

Carlos Renato, achei muito interessante o seu relato e muito rica a lição, obrigada!
Bjsss Ruth