O Motoboy do Amor

Outro dia eu vi na televisão uma entrevista com Bruno Tavares. O cara escreveu um livro: O Motoboy do Amor - Dicas, Truques e Cantadas Infalíveis. Ele disse que funciona! Inclusive demonstrou suas táticas. Aí a coisa ficou preocupante. Como aquilo pode funcionar? Vamos analisar a situação: O cara é motoboy. Este fato por si só já não ajuda muito. Pra piorar não é nenhum Antônio Banderas (isso neutralizaria um pouco o fator “motoboy”), as cantadas são horríveis, e funciona? Que crise sexual é essa que estamos atravessando? O que está acontecendo com as mulheres? Desespero?
Vou falar de outro livro, “Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pinkola Estés”. No capítulo 4, “O Parceiro: União com o outro”, a autora nos fala sobre quem é o companheiro da Mulher Selvagem, e quem não é: “As forças masculinas podem incluir tipos de energia semelhantes à do Barba Azul ou ao do assassino Mr. Fox e, por este motivo, tentam demolir a estrutura dual das mulheres. Esse tipo de pretendente não consegue tolerar a dualidade e procura a perfeição, procura a verdade única, a substância feminina imutável e inalterável, encarnada na única mulher perfeita. Cuidado! Se você encontrar esse tipo de pessoa, fuja para o outro lado com a maior rapidez possível... O companheiro certo para a Mulher Selvagem é aquele que tem uma profunda tenacidade e resistência de alma... O bom partido é o homem que insiste em voltar para tentar entender, é o que não se deixa dissuadir... A tarefa primitiva do homem consiste em descobrir os nomes verdadeiros da mulher, em não usar indevidamente esse conhecimento para ganhar controle sobre ela, mas, sim, para captar e compreender a substância numinosa de que ela é feita, para deixar que ela o inunde, o surpreenda, o espante e até mesmo o assuste. Também para ficar com ela. Para entoar seus nomes para ela. Com isso os olhos dela brilharão. E os dele também”.
É, ta feia a coisa. A maioria das mulheres está cada vez mais distante da Mulher Selvagem, e está caindo nas armadilhas das “cantadas infalíveis” dos caçadores do “amor”.