quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sade













Agora estou relendo “Os crimes do amor” do Marquês de Sade. Esse cara foi um incompreendido. Viveu entre prisões e manicômios e tudo o que ele tinha era um incrível senso de humor! Como eu me divirto com suas estórias! Sádica eu? Não. E muito menos “mazoca”, mas se você ler Sade com os olhos do humor (e não com os olhos da “moral”), vai poder perceber a sutileza brutal com que desfila e ridiculariza nossos mais recônditos e perversos desejos.
Em “Faxelange ou os enganos da ambição”, quando ele descreve a mocinha “A senhorita de Faxelange” que: “_ ... acabava de atingir seu décimo sexto ano de vida; tinha uma destas figuras românticas em que cada traço sugere uma virtude; a pele muito branca, belos olhos azuis, a boca um pouco grande, mas bem feita, o talhe esbelto e leve e os mais belos cabelos do mundo.” e depois esculhamba com ela, como me lembra o Skylab falando da mocinha da música Motosserra”! : “Tinha 25 anos de amores e sonhos você era pra mim o meu drops de anis, alecrim...” A mesma delicada ironia que leva a um brutal e insano desfecho!
Tem um outro livro que vou reler, assim que terminar o atual, que é “Justine, ou: Os infortúnios da virtude”. Nossa! Justine sofre tudo aquilo que TODOS NÓS desejamos pra Poliana! Não li essa desgraça "Poliana"! Isso me faria vomitar! Mas Sade? Era um Skylab no séc XVIII.

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