domingo, 29 de junho de 2008

Ícaro

Eu tenho (ou tinha) medo de altura. Mas sempre tive um enorme desejo de voar. O Medo me dizia que eu iria cair, me arrebentar toda, morrer. E eu ficava olhando o céu, olhando os pássaros e as pessoas que tinham coragem. O Medo dizia que era loucura, que era muito caro e perigoso. Aí um dia fez-se O silêncio. Aquele silêncio da paz que antecede o caos, aquele silêncio ameaçador... e eu ouvi o Desejo. Ele me disse que quase tudo que eu acho que sei, é projeção, na verdade O Perigo não está lá fora, mas aqui dentro, que se eu cair, me arrebentar e morrer, isso faz parte, afinal não sou imortal, porém, se nada disso acontecer, o que sobra é o imenso prazer de realizar um sonho, de satisfazer um desejo. Disse-me também que o Desejo não tem um preço objetivo, mas um valor subjetivo.
Em suma, você pode optar por continuar acreditando que está certo (e não fazendo o que deseja) infeliz, sonhando com o céu, ou por seguir o seu Desejo apesar de tudo, apesar do “preço”, apesar das aterradoras probabilidades, porque tudo muda! Nada, nem ninguém é uma coisa só, e pasme, você pode estar errado! O Medo de altura, não pode ser mais forte que o Desejo de voar. O Medo nunca pode vencer o Desejo. Que o medo me preserve na medida do possível, mas nunca mais me impeça de alçar vôos maiores.

Um comentário:

---- ARTHUR ---- disse...
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