quinta-feira, 24 de abril de 2008

Espelho

(essa também é da época do Nocivo à sociedade)


Dias vazios
Se arrastam lentamente,
Como um inseto pesado,
Drogado de inseticida.

Chove, faz sol,
Tudo de repente.
E nada muda na minha vida.

O espelho multiplica o tédio
E amplia espaços por preencher.
Eu tento me olhar nos olhos
Pra ele desaparecer.

Mas eu vejo buracos no espelho,
Num rosto em que já vivi.
Sei que não tenho respostas,
E o rosto sorri.

Dias vazios
Se arrastam lentamente.
Como fantasmas passados
Que zombam dos meus medos.

Corro tropeçando
De olhos fechados,
Tentando em vão
Salvar meus segredos.

A onipresença do nada,
Me engole e me traz ausências.
Foram maculadas
Todas as inocências.

O espelho multiplica o tédio
E amplia espaços por preencher.
Eu tento me olhar nos olhos
Pra ele desaparecer.

Mas eu vejo buracos no espelho,
Num rosto em que já vivi.
Sei que não tenho respostas,
E o rosto sorri.

A Ruth

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