segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cosme e Damião



Quando eu era criança, no séc. passado, ficava doida quando chegava esse dia. Pegava uma bolsa de supermercado (Disco ou Casas da Banha), que na época era de papel, e saia com meus amigos. Parecíamos sobreviventes de alguma hecatombe lutando por mantimentos! Ficávamos eufóricos, quando encontrávamos outro grupo, trocávamos informações: Ali tá dando! E todos saíam correndo. Voltávamos pra casa imundos, com as bolsas cheias de doces, que depois ficavam rolando por dias em casa, até se encherem de formigas e irem pro lixo.
Hoje, meu filho não vai pegar doce com os amigos, todos estão cheios de atividades e não podem sair na rua sozinhos. Aí vamos tímida e civilizadamente ganhar uns saquinhos. As pessoas que distribuem os doces primeiro perguntam: Ele pega doce? E aí então oferecem o saquinho. Isso é por causa dos evangélicos. Oferecer um doce a uma criança evangélica é o mesmo que oferecer “o doce de Satanás”, parece que você está fornecendo drogas!
A única coisa que não mudou foi o destino dos doces.

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